ATA DA NONA REUNIÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA COMISSÃO
REPRESENTATIVA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 11.02.1999.
Aos onze dias do mês de fevereiro do ano de mil
novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Às nove horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a segunda chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Alberto Garcia, Décio Schauren,
Guilherme Barbosa, João Dib, José Valdir e Juarez Pinheiro, Titulares. Ainda,
durante a Reunião, compareceram os Vereadores Eliseu Sabino, Isaac Ainhorn,
Nereu D'Ávila, Paulo Brum e Reginaldo Pujol, Titulares, e Cyro Martini e
Maristela Maffei, Não-Titulares. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos
de cópias da Ata da Sétima Reunião Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram
encaminhados: pelo Vereador Nereu D'Ávila, 10 Pedidos de Providências. Do
EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 54, 55, 56 e 57/99, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre; 01/99, do Vereador Ronaldo Hobuss Hoesel, Presidente
da Câmara Municipal de Hulha Negra/RS; 01/99, do Vereador Delceu Antonio
Nicolini, Presidente da Câmara Municipal de São Valentim/RS; 01/99, do Vereador
Miguel Antônio Mânica, Presidente da Câmara Municipal de Relvado/RS; 01/99, do
Vereador Homério Pittelkow, Presidente da Câmara Municipal de Maratá/RS; 01/99,
do Vereador Ilmar Luiz Pilatti, Presidente da Câmara Municipal de Nova
Pádua/RS; 01/99, do Vereador Atidor da Silva da Cruz, Presidente da Câmara
Municipal de Viamão/RS; 02/99, do Vereador Cláudio José Teixeira Bulcão,
Presidente da Câmara Municipal de Lavras do Sul/RS; 07/99, do Vereador Ivanor
Biotto, Presidente da Câmara Municipal de Nova Bassano/RS; 94/99, do Vereador
Darci José Lauermann, Presidente da Câmara Municipal de São Sebastião do
Caí/RS; 118/99, do Vereador Vanderlei Haag, Presidente da Câmara Municipal de
Parobé/RS; 8800/99, do Vereador Carlos de Souza Rabello, Presidente da Câmara
Municipal de Cruz Alta/RS; s/nº, do Vereador Julio Cezar Vaccari, Presidente da
Câmara Municipal de Canela/RS; Telegrama do Senhor Michel Temer, Presidente da
Câmara dos Deputados. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib teceu críticas
à utilização, pelo Executivo Municipal, do sistema de “cartas-contrato” para a
admissão de servidores, procedendo a análises acerca dos dispositivos
constantes na Lei nº 7770, que estabelece condições e prazos para a vigência e
eficácia das admissões de funcionários realizadas através deste sistema. O
Vereador Guilherme Barbosa contraditou o pronunciamento do Vereador João Dib,
quanto à legalidade do procedimento do Executivo Municipal com relação ao uso
de “cartas-contrato” para a admissão de funcionários. Ainda, referiu-se ao
processo de privatização da Companhia Riograndense de Telecomunicações - CRT,
afirmando que a qualidade dos serviços prestados por essa empresa está muito
abaixo das expectativas. O Vereador Carlos Alberto Garcia discorreu sobre o
crescimento das taxas de violência e uso de drogas na praia de Cidreira,
solicitando à Brigada Militar a designação de um maior número de policiais para
realizar a segurança daquela área. Também, pronunciou-se sobre conjuntura
econômica brasileira e o aumento de preços no comércio, convidando para ato
público promovido pelo PSB, a ser realizado amanhã, às onze horas, na Esquina
Democrática. O Vereador Isaac Ainhorn manifestou sua preocupação com a elevação
dos preços das mercadorias no comércio, especialmente dos produtos
farmacêuticos, analisando a influência das medidas governamentais de ajuste
cambial sobre as remarcações de preços. Ainda, criticou o quadro
sócio-econômico ora vigente, propugnando pela adoção de medidas que garantam a
estabilidade econômica do País. A seguir, constatada a existência de
"quorum" foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação,
foi aprovada a Indicação nº 03/99. Na ocasião, face Questão de Ordem do
Vereador João Dib, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da
inscrição dos Senhores Vereadores no período de Comunicações. Em COMUNICAÇÕES,
o Vereador Juarez Pinheiro analisou o processo de globalização econômica
verificado na sociedade atual. Comentou legislação municipal que estabelece
normas de atendimento ao público nos estabelecimentos bancários e informou a
realização, hoje, de reunião entre o Executivo Municipal e o Sindicato dos
Bancários, a respeito da ampliação do horário de atendimento ao público pelas
instituições bancárias. O Vereador José Valdir discorreu a respeito das propostas
e objetivos da Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Casa, no intuito de
estabelecer um foro permanente de debates e intermediação das demandas
culturais da comunidade junto aos Executivos Municipal e Estadual. Manifestou
sua disposição em contribuir para o aumento da participação popular nas áreas
de educação e cultura, com o fortalecimento dos Conselhos Escolares e a implantação
de projetos de descentralização da produção cultural em Porto Alegre. O Vereador
João Dib cumprimentou os técnicos da Secretaria Municipal dos Transportes pelo
trabalho no sistema de sinalização viária de Porto Alegre. Sugeriu a utilização
de blocos de concreto, conjuntamente com as faixas de pedestres, para o aumento
na segurança do trânsito junto aos portões de saída das escolas da Cidade.
Ainda, mencionou campanha promovida pelo Departamento de Esgotos Pluviais -
DEP, objetivando conscientizar a população para que não seja lançado lixo nas
margens do Arroio Dilúvio. O Vereador Adeli Sell teceu considerações acerca de
problemas enfrentados pelos produtores rurais de pequeno porte instalados na
Zona Sul de Porto Alegre, destacando a necessidade de adoção de medidas que
viabilizem o aporte de novas tecnologias e de um maior acompanhamento
agronômico da produção local, com vistas à valorização do trabalho agrícola da
região e ao aumento na qualidade e competitividade comercial dos produtos ali
cultivados. O Vereador Reginaldo Pujol discorreu a respeito das atividades a
serem realizadas este ano pela Comissão Especial Constituída para Analisar o 2º
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental - 2º PDDUA. Também, externou
sua preocupação com a situação político-econômica brasileira, comentando
assuntos referentes aos debates mantidos entre os Governos Estadual e Federal
com relação à dívida pública do Estado do Rio Grande do Sul. Na ocasião,
através de Questão de Ordem, o Vereador José Valdir manifestou-se sobre o teor
de artigo publicado na edição de hoje do Jornal do Comércio, de autoria do Jornalista
Fernando Albrecht, referente ao Processo nº 3612/98. Às onze horas e treze
minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão de Instalação da Terceira
Sessão Legislativa Ordinária, a ser realizada no dia dezessete de fevereiro do
corrente, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Nereu D'Ávila, Juarez Pinheiro e Adeli Sell e secretariados pelos Vereadores
Adeli Sell e Isaac Ainhorn. Do que eu, Adeli Sell, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. João Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu
pretendo continuar falando na importância das leis, mais precisamente no
cumprimento das leis, a partir de um juramento que todos nós, Vereadores,
Prefeitos e Secretários, fizemos de cumprir a Lei Orgânica, as leis do
Município e as leis da Constituição Brasileira.
Eu
tenho reclamado das cartas-contrato, desta tribuna, reiteradas vezes, porque a
Prefeitura abusa, há dez anos contratam servidores através de cartas-contrato.
Várias vezes o Tribunal de Contas alertou da ilegalidade do fato e das
possíveis perdas que o Município teria em razão desse tipo de atuação.
A
Prefeitura fazia a sua contratação através da Leis das Licitações, art. 24,
Inciso IV, que diz que em caso de calamidade pública ou de emergência se pode
fazer uma contratação improrrogável de 180 dias.
Algumas
vezes eu alertei daqui que o Município também tinha uma Lei, a de nº 7770, que
disciplina a contratação em casos excepcionais.
Agora,
então, a Procuradoria do Município certamente orientou o Secretário da Saúde e
as contratações se fazem da seguinte forma: “Contratação - Enquadramento Legal
- Lei 7770/96”, diz uma das contratações. A outra diz: “Enquadramento Legal -
Lei 7770 , art. 4º”.
Eu
tenho a impressão de que a Procuradoria do Município tem profundo desprezo
pelos Vereadores, pensando que os Vereadores que estão nesta Casa não têm
competência, bom senso e nem sensibilidade.
O
artigo 4º da Lei nº 7770 diz: “As admissões serão efetivadas por tempo determinado
observado o tempo máximo de 120 dias. Parágrafo Único: Havendo comprovada
necessidade, o prazo de 120 dias poderá ser prorrogado, uma única vez, por
igual período para o caso previsto no Incido III do artigo 2º desta Lei.” O
Incido III é para realizar recenseamento, é o único caso em que poderia ser
admissível a prorrogação.
Mas
uma Lei não se situa num só artigo, a Lei nº 7770 tem alguns outros artigos que
precisam ser considerados. O artigo 2º diz: “Considera-se como de necessidade
temporária e de excepcional interesse público as admissões que visem a atender
casos de emergência ou calamidade pública.” Não é o caso da Prefeitura de Porto
Alegre que até hoje não decretou emergência, mas se está em emergência
permanente ou em situação de crise é uma situação de incompetência. E no
parágrafo 1º diz: “As admissões previstas, no caso de calamidade pública,
emergência, de combate à epidemia, de realizar recenseamento, satisfazer
atividades especiais sazonais, serão realizadas quando a atividade temporária não
puder ser desempenhada por efetivo existente nos quadros de pessoal da
administração.” O artigo 3º diz: “O recrutamento de pessoal efetivar-se-á
mediante processo seletivo simplificado” não houve “com divulgação na imprensa
oficial” não houve “em jornal de grande circulação no Estado” também não houve
“na forma do regulamento aprovado por Decreto do Chefe do Poder Executivo.”
O
Executivo tem que entender que o Legislativo tem também uma Procuradoria, uma
Comissão de Justiça e Vereadores competentes que são capazes de analisar os
atos do Prefeito.
E
eu volto a dizer, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o mais importante para o
legislador do que legislar é fiscalizar a legislação vigente. É o poder e o
dever do Vereador fazer cumprir as Leis do Município, leis essas que não estão
sendo cumpridas. Esta Casa está sendo, mais uma vez, desrespeitada pelo
Executivo Municipal. Saúde e paz.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em anos
anteriores os companheiros Vereadores Líderes da nossa Bancada têm,
permanentemente, trazido ao Plenário, à Casa, ao povo de Porto Alegre, todas as
informações sobre o tema que o Ver. João Dib levanta permanentemente, que são
as cartas-contrato. Os Líderes de anos anteriores têm demonstrado, sobejamente,
que o procedimento do nosso Executivo está de acordo com a legislação. De
qualquer forma, até porque sou um estudioso, vou-me comprometer, Ver. João Dib,
a trazer um estudo completo sobre esse assunto: número de cartas-contrato do
Município, as razões, as renovações e outras questões pertinentes. Isso apesar
de saber que é uma tradição na nossa administração os atos estarem de acordo
com o que a legislação determina.
Quero
aproveitar este tempo para comentar uma notícia que está, hoje, nos jornais da
nossa Cidade, de que o CADE, um órgão do Governo Federal, vai exigir a venda da
CRT. A manchete é um pouco confusa, mas isso quer dizer que, quando houve o
processo de privatização da CRT, ela foi comprada por um consórcio cujo
participante majoritário é a Telefônica de Espanha. O Governo Federal também
colocou à venda várias empresas, outras empresas estaduais, e, sem obedecer à
legislação federal vigente, a Telefônica de Espanha terminou comprando também a
TELESP, de São Paulo, que é, sem dúvida, a maior empresa, São Paulo é o maior
mercado.
Mas,
a legislação federal determina que uma mesma empresa compradora não pode ter um
percentual acima de determinado valor em uma mesma região. E a Telefônica de
Espanha - Ver. Adeli Sell, V. Exa tem trabalhado com esse tema - estava
tentando modificar isso, querendo ficar lá e aqui, e agora se tem essa notícia,
que está correta, do ponto de vista de não termos monopólio no País, na
telefonia. Esta posição está correta e queremos que seja mantida até o fim.
Portanto, significa dizer que a Telefônica de Espanha tem que optar em ficar no
Rio Grande do Sul ou em São Paulo. Se tem notícia que já teria optado, na
verdade, em ir para São Paulo e vender sua parte no Rio Grande do Sul.
Há
alguns dias tomamos conhecimento que outro sócio no consórcio, que é a
Telefônica de Portugal, já teria, também, decidido sair do Rio Grande do Sul.
A
pergunta que cabe é a seguinte: como ficará o outro parceiro nesta compra,
nesta privatização da telefonia do Estado? Sabemos que o outro parceiro
significativo, embora minoritária, é a Empresa RBS, que tem de certa maneira um
pepino nas mãos, pois ficou muito incomodada, quando a Telefônica de Espanha
comprou a TELESP sem ter sido avisada. Agora, se a RBS tem esse problema, o
Estado do Rio Grande do Sul e seu povo tem uma grande preocupação: como ficará
esta situação?
Acho
que não é só uma sensação minha, o Ver. Adeli Sell tem falado várias vezes: o
serviço de telefonia do nosso Estado tem caído de qualidade. Não são raras as
vezes em que percebemos cruzamento de linha, o uso do telefone celular é
impossível algumas vezes, embora o Ver. Isaac Ainhorn o use bastante, aqui no
Plenário. Mas, na Cidade, é impossível tal a quantidade de telefones ocupados,
que estariam fora de área, quando nada disso ocorre, o telefone estava na área,
com acesso.
Portanto,
é uma grande preocupação para todos nós, do Estado do Rio Grande do Sul. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na
semana passada, estivemos descansando por alguns dias na praia de Cidreira e de
lá estamos trazendo reclamações relativas aos fatos que estão ocorrendo naquela
praia.
Poderiam
perguntar-me: o que Cidreira tem a ver com Porto Alegre? Sabemos que milhares
de porto-alegrenses se deslocam para o litoral, e a praia de Cidreira, nesta
época, tem uma população de aproximadamente duzentos a duzentos e cinqüenta mil
habitantes. Nos últimos dias, inúmeras casas comerciais foram assaltadas,
várias casas residenciais saqueadas, transeuntes assaltados e na única agência
bancária uma pessoa que transportava dinheiro de Cidreira para Tramandaí,
aproximadamente 1 Km, após retirar todo o dinheiro do Banco do Brasil, também
foi assaltada.
Fizemos
contato com a comunidade que nos fez a solicitação e com a Brigada Militar, que
nos falou da dificuldade que está ocorrendo, hoje, com relação à demanda de
brigadianos naquele local, já que ocorreu uma redução do efetivo do ano de 1998
para 1999 de aproximadamente 40%.
Hoje
pela manhã, no gabinete, remetemos um ofício ao Comandante da Brigada Militar,
solicitando para que nos dias de carnaval se faça um policiamento mais efetivo,
não só naquela praia como também nas demais praias do litoral do Rio Grande do
Sul, porque a população está à mercê de gangues que continuamente estão
assaltando, saqueando e colocando em risco a população que busca, nestes meses
de verão, o seu lazer e a sua recreação. A população está sentindo-se temerosa
em ficar no litoral, principalmente à noite, pois transitar na praia, o que era
comum anteriormente, está tornando-se perigoso, porque as pessoas estão sendo
vítimas de constantes assaltos. Então aqui reforçamos, novamente, essa
solicitação ao Comando da Brigada Militar, e, esperamos que, agora, a partir de
sábado, nesses dias de Carnaval, o policiamento ostensivo possa ser realmente
efetivado não só na praia de Cidreira, como nós falamos, mas também nas demais
praias do litoral do Rio Grande do Sul.
Aproveitamos também o tempo que nos resta
para conclamar as pessoas e a população, de uma maneira geral, a comparecerem
amanhã às 11 horas na Esquina Democrática onde estaremos fazendo uma
manifestação relativa ao assunto que falamos ontem nesta Câmara, que é a
fiscalização permanente por parte da população contra os preços abusivos. É uma
parcela simples, mas a população exigindo o seu direito e utilizando o seu
dever de cidadania, temos a certeza de que vai colaborar e muito, fiscalizando
e, ao mesmo tempo, denunciando os locais que estiverem com preços abusivos. E
amanhã às 11 horas na Esquina Democrática, o PSB estará fazendo um ato para que
a população se una e, que pelo menos em Porto Alegre possamos reter um pouco
dessa inflação, que nos últimos dias já ocupou quatro e meio por cento. Então
essa é a nossa solicitação, a nossa conclamação ao povo porto-alegrense. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
em Comunicação de Líder.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós
não poderíamos, neste momento, deixar de comparecer a esta tribuna, à tribuna
da representação popular da Cidade de Porto Alegre, para manifestar a nossa
apreensão e a nossa preocupação, que já tínhamos expressado na semana passada e
estamos reiterando nesta oportunidade. Sobretudo, em cima da manifestação do
ilustre Ver. Carlos Alberto Garcia, a respeito da prática de aumentos abusivos
em diversos produtos. E uma das áreas que particularmente gostaríamos, neste
momento, de acentuar e na qual tem havido uma omissão por parte do Governo
Federal, é a dos remédios. Quando um deputado federal de São Paulo levou ao
conhecimento das autoridades federais que mais de cem remédios já sofreram a
triste prática do reajuste de preços. Nós queremos dizer que não podemos
aceitar e vamos usar esta tribuna para isso. Mérito ao Partido e à militância do
Ver. Carlos Alberto Garcia que se mobiliza. Achamos que, neste momento,
devemo-nos mobilizar para constranger àqueles que, num momento de instabilidade
e crise, se valem dessas situações para o já tradicional aumento abusivo de
preços. Nós sabemos que alguns produtos já vinham tendo os seus preços
gradualmente elevados, em doses pequenas, de modo que a população não pudesse
sentir diretamente esses aumentos; mas eles existem. Agora, neste momento, as
práticas estão insuportáveis, porque o argumento básico para o reajuste de
mercadorias que já foram adquiridas, que já foram estocadas, que se encontram
nas distribuidoras ou nas prateleiras, é de que aqueles produtos, na sua
elaboração, dependem de componentes que são importados. Na realidade é em nome
disso que os aumentos têm sido consideravelmente bem maiores, maiores até do
que os próprios percentuais de reajustes dos produtos importados, Ver. José
Valdir.
Há
poucos dias citei o caso do final da campanha de vacinação contra a febre
aftosa. Entendo que os governos, no afã de estimular o mercado rumo à
exportação de seus produtos primários, da sua carne, deveriam praticamente
subsidiar a vacina da febre aftosa que, no início da crise, estava entre 30 e
35 centavos a dose, e hoje, Vereador-Presidente, essa mesma vacina se encontra,
nos laboratórios, com um custo de cinqüenta a cinqüenta e três centavos, por
força dos aumentos. Gostaria de saber qual o componente importado e qual a sua
incidência na elaboração dessa vacina, já que se trata de um produto importado
e, sendo assim, já estava presente nas vacinas elaboradas. As partidas do ano
de 98 - essa vacina tem validade por dois anos - já estavam sendo reajustadas
na base de 50 a 70%. Isso é um abuso. E a prática do Governo é a da omissão
total e da submissão a esses grupos poderosos que dominam setores básicos da
economia brasileira, seja no campo financeiro, seja no campo farmacêutico, seja
no campo automobilístico. São esses grupos que vêm dominando, os mesmos que já
têm uma história de participação e de decisão na vida econômica do País.
Portanto,
entendo que vencido esse período de fim-de-semana longo, a sociedade deve-se
mobilizar, mostrando a sua irresignação com os aumentos abusivos que já estão
sendo praticados. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC.
0308/99 - INDICAÇÃO Nº 003/99,
de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que sugere ao Senhor Governador do
Estado, através do órgão competente, a construção de um muro na Escola Estadual
de 1º e 2º Graus Francisco Antônio Vieira Caldas Júnior, localizada na Rua
Waldomiro Schapke nº 11, no Bairro Intercap.
-
da 3ª Comissão Representativa. Relator Ver. Décio Schauren: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão a Indicação nº 003/99,
Proc. 0308/99. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Passamos
às
COMUNICAÇÕES
O
Ver. João Dib faz um aparte. Mesmo não estando de acordo com o Regimento, o
acolhemos no sentido de informar que eu estou inscrito, de acordo com a
orientação do 1º Secretário, no qual este 1º Vice-Presidente deposita total
confiança. Ele deve estar observando a ordem de chamada.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, na verdade segue a
seqüência alfabética, de trás para frente.
O SR. PRESIDENTE: Exatamente. O Ver. Adeli Sell observou
isso e as presenças. Iniciar-se-ia pelo Ver. Reginaldo Pujol, Líder do PFL,
que, no momento, não se encontra. Por este motivo é que este Vereador é o
primeiro a estar inscrito.
Solicitamos
ao Ver. Adeli Sell que assuma a Presidência dos trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra
em Comunicações.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente Ver. Adeli
Sell, Srs. Vereadores. Neste
final de século nós vivemos um período, em nível mundial, de conformismo,
período de apatia. Nós que tivemos, no início deste século e no final do século
passado, figuras marcantes, podemos lembrar Newton, Darwin, Lavoisier e tantos
outros, os grandes navegadores, Santos Dumont, vivemos, agora, um período
triste da história da humanidade, onde, por força de interesses econômicos, via
mídia e, principalmente, via televisão, busca-se, para manter o status quo de domínio econômico, fazer
com que as pessoas se mantenham apáticas a qualquer tipo de movimentação
coletiva na busca de direitos, na busca da imposição dos valores que são
importantes para a cidadania.
Eu
quero pegar dois exemplos. É dito na mídia, e as pessoas reproduzem isso,
porque, hoje, na verdade, não existe mais opinião pública, existe a opinião da
mídia, que a globalização é um processo do qual nós não podemos fugir, que não
tem saída, que isto está determinado e que nós temos que acatar os ditames
dados pelas pessoas que orientam a economia mundial, principalmente os
organismos internacionais como o FMI e o Banco Mundial. Se nós formos ler
pequenos opúsculos sobre esta questão, verificaremos que a globalização não é
nada mais nada menos do que a colonização do início do século.
Nós
vivemos, também, um período de apatia na questão da legislação e, aí, os
municípios e os estados que receberam, a partir da Constituição de 1988, uma
competência importante para legislar sobre diversos temas, abrem mão dessa
competência porque entendem que tudo está com o Poder Central.
Fiz
estas pequenas preliminares para chamar a atenção para uma sentença ontem
proferida pelo Juiz Titular da 1ª Vara da Fazenda Pública. Este Vereador
apresentou, no ano que passou, na metade do ano de 1998, um Projeto de Lei que
dispunha sobre a questão do atendimento bancário, no sentido de que esse
atendimento não poderia ser, em dias normais, superior a 30 min e em dias de
véspera ou pós-feriados, superior a 45 min. Recebemos o opoio de forma quase
unânime desta Casa, sendo que esta Legislação tornou-se pioneira e foi copiada
por diversos municípios do Estado do Rio Grande do Sul e também pelas
principais capitais dos demais Estados da Federação. A Associação de Bancos
ingressou com um mandado de segurança e conseguiu uma liminar parcial, fazendo
com que a fiscalização pudesse ser efetuada, mas as multas não poderiam ser
executadas e nem interditadas as agências que não cumprissem a lei. Pois,
ontem, o Juiz Titular da 1ª Vara da Fazenda Pública proferiu uma sentença
histórica reafirmando a competência do município de Porto Alegre para legislar
com a matéria, com o entendimento que o Município, assim o fazendo, estava
legislando sobre o poder de polícia, matéria de competência local. Portanto,
absolutamente legal, absolutamente constitucional a chamada “Lei das Filas”
que, por honra, apresentei e recebi o apoio quase unânime dos colegas deste
Parlamento. Isso demonstra que nós não podemos abrir mão das nossas
competências. Quando a lei foi apresentada, para alguns tratava-se de uma
utopia, para outros uma perda de tempo. Na verdade, mesmo com a pena sendo
parcialmente aplicada, em função da liminar que ainda subsistia, fez com que
melhorasse o atendimento bancário em Porto Alegre e nas principais cidades
deste Estado e, agora, com a liminar sendo cassada, com a decisão de mérito,
decisão final do Juiz Titular, a lei adquire absoluta eficácia, não há mais
questionamento, mesmo que a Associação de Bancos venha a interpor recurso, esse
recurso não terá o efeito suspensivo. Portanto, a população de Porto Alegre, a
partir de hoje - eis que as partes estão sendo intimadas, tanto a Associação de
Bancos como a Procuradoria-Geral do Município -, a partir do momento em que
ficar mais do que trinta minutos em dias normais para ser atendida nas agências
bancárias, inclusive nos postos de atendimento bancário, poderão fazer a
denúncia no Protocolo Central da Prefeitura, Av. Siqueira Campos nº 1.300,
levando apenas o nome de uma testemunha. Haverá um formulário adequado, já
impresso, no Setor de Protocolo, onde bastará colocar o nome da agência que
feriu a lei, o horário e o dia, bem como o nome e endereço da testemunha. Por
óbvio será aberto um processo para que a agência bancária possa efetuar a sua
defesa, e, ao fim, comprovada a infringência da lei, a agência poderá sofrer
sanções que vão da advertência até a suspensão do funcionamento por até dois
dias.
Uma
sentença histórica! A sua divulgação ocorre exatamente no dia de uma reunião
que será realizada hoje na Prefeitura Municipal, às 14 horas, onde o Sindicato
dos Bancários, juntamente com o Poder Executivo e os Vereadores irão debater
uma outra lei, também aprovada nesta Casa, que trata da ampliação do horário de
atendimento bancário, ou seja, que as agências de Porto Alegre passem a atender
das 9 às 17 horas. Essa lei foi proposta pelo Ver. Nereu D’Ávila e teve a
importante contribuição da deputada Maria do Rosário, na ocasião Vereadora, e
com base em resolução do Banco Central que diz que as agências têm que
funcionar no mínimo por cinco horas, e o núcleo, que funciona das 12 às 15
horas, faz com que mude a orientação jurídica do próprio Supremo Tribunal
Federal, que antes tinha essa questão como absolutamente decidida da
impossibilidade dos municípios legislarem sobre a matéria. O Município de Porto
Alegre, após alteração proferida pelo Banco Central, é o primeiro Município que
aprova uma lei com essa distinção, e o Dr. Cassiano, que é também titular de
uma Vara de Fazenda Pública, não recordo qual o número, indeferiu o mandado de
segurança da Associação de Bancos, num despacho extremamente bem fundamentado,
como é característica daquele magistrado. Infelizmente o Tribunal de Justiça,
numa decisão mais política do que jurídica, concedeu uma liminar entendendo que
os fatos precisariam ser melhor apurados para que, assim, a lei não entrasse em
vigor, a partir da promulgação do Decreto pelo Sr. Prefeito Municipal.
Este
ato é um ato importante, porque nós vivemos um período de recessão e se as
agências bancárias funcionarem das nove horas às dezessete horas teremos um
fomento da atividade econômica, bem como abrir novos postos de trabalho para os
bancários que desde 1994 perderam, aproximadamente, 50% dos locais que antes
possuíam. Diminuímos de vinte mil trabalhadores bancários para,
aproximadamente, onze mil trabalhadores bancários de 1994 a 1998.
Podemos salientar que os balanços bancários,
publicados nos principais jornais e no Diário Oficial da União, têm sido
extremamente alvissareiros com grandes lucros, mesmo após o advento do Plano
Real e com ênfase no último período, o ano de 1998.
Portanto,
é uma vitória da cidadania e uma vitória da Câmara Municipal de Porto Alegre, a
partir do momento que uma lei que aqui foi gerada, e cujo Projeto recebeu Emendas
do Ver. Fernando Záchia do PMDB, é hoje reconhecida pelo Poder Judiciário como
absolutamente legal e constitucional, vindo atender aos reclamos gerais da
sociedade que não agüentava mais permanecer por horas a fio em filas de banco,
para que banqueiros que dispensavam os trabalhadores auferissem, ainda, maiores
lucros. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. José Valdir está com a palavra, em
Comunicações.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Esta
é a última reunião desta Comissão Representativa e, a partir da próxima semana,
teremos a Câmara funcionando plenamente. Como é sabido desta Casa, eu fui
escolhido para presidir a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Eu andei
meditando um Projeto para apresentar aos demais Vereadores, especialmente
àqueles que compõem a Comissão, uma idéia de funcionamento que resgate os
princípios que sempre defendi nas Comissões que tive a oportunidade de
presidi-las. Um funcionamento plural, com espaço para a divergência, para o
contraditório de uma forma coerente com a natureza desta Casa, que é uma Casa
plural e não um funcionamento presidencialista, como muitas vezes se vê nesta
Casa, inclusive no planejamento do trabalho, e que todos os Vereadores que compõem
a Comissão sejam consultados. A minha idéia é transformar a Comissão num grande
fórum permanente de debates, durante todo este ano, com o debate das questões
importantes relativas às áreas da educação, da cultura e do esporte. Em segundo
lugar, ser um fórum permanente de intermediação das demandas da população, não
só com o Executivo Municipal, mas com o Executivo Estadual, especialmente na
área de educação.
Muitas
das questões que vamos discutir aqui, dentro do Município de Porto Alegre,
dizem respeito ao Governo do Estado, já que a maioria das escolas públicas são
estaduais. Nós temos temas da maior importância para discutir em cada uma
dessas áreas. Um dos temas centrais é a questão da gestão democrática e da
qualidade de ensino. Sobre questão da participação popular na escola, vermos
como estão funcionando os conselhos escolares e a questão da qualidade de
ensino. Essas questões são chaves para debatermos durante o ano, não fazendo um
debate solitário aqui na Casa, mas chamarmos a população, chamarmos os setores
profissionais ligados a essa área.
Na
questão da cultura, acredito que temos dois temas da maior importância para
debatermos: temos a questão da globalização e da cultura regional, porque
assistimos a cada dia a globalização tentando matar as culturas regionais,
impondo a idéia do pensamento único, do consumo único sobre os escombros das
culturas regionais e da cultura do povo. Portanto, temos que resgatar a nossa
cultura extremamente diversificada do Rio Grande do Sul que abrange desde as manifestações
da cultura afro, como o samba, como o carnaval, como o nativismo. Nós
resgatarmos como um elemento importante de resistência cultural ao colonialismo
cultural que é imposto hoje, através desse tipo de globalização que é proposto
no mundo, é fundamental. Eu acho que é um importante debate a fazermos.
Outro
debate seria na questão da descentralização da cultura na nossa Comissão. Temos
que enfrentar esse importantíssimo debate porque a cultura não pode estar
apenas centralizada no Centro da Cidade. Temos que fazer com que não só os
espetáculos culturais cheguem até a periferia e que também haja incentivo à
produção cultural na periferia da nossa Cidade, que é extremamente rica. Na
periferia encontramos todas as raízes, todas as influências culturais, até
porque o nosso operariado da periferia é um operariado recente, em formação,
que traz, portanto, influência do campo, influência da cultura rural e assim
por diante.
Na
questão do esporte temos um tema geral da maior importância a ser discutido, que
é quanto ao esporte rendimento versus esporte participação, pois a idéia que os
meios de comunicação passam, a idéia que a mídia passa é uma concepção
completamente elitista do esporte. Trata-se de propor o esporte a partir de um
padrão de ser humano, eu diria, até de um ser humano ideal, aquele sujeito
jovem, forte, vigoroso, quase que um padrão grego. Quando se toma alguma
iniciativa em relação à população de baixa renda, é muito mais no sentido de ir
lá pinçar alguns gênios para o esporte, alguns pelés para o esporte e nunca ver o esporte como um direito de
cidadania, nunca ver o esporte, a não ser a partir desse padrão
preestabelecido. O esporte é um direito de todos: dos deficientes, dos
mirrados, daqueles que não têm esse vigor físico e deve ser visto como uma
questão inclusive individual, porque cada um tem o seu limite a ser
desenvolvido no esporte. Precisamos ver o esporte também como participação.
Esse debate é da maior importância, porque diz respeito à democratização, a uma
concepção democrática do esporte. A democratização do acesso ao esporte é outra
questão que está ligada a isso, porque nós temos que começar a discutir,
inclusive, no Orçamento Participativo, com mais vigor, a garantia de espaços na
periferia para que a população possa participar de atividades esportivas. O que
nós observamos nesse modelo urbano de desenvolvimento é que os espaços de
prática esportiva, como os campinhos de futebol, à medida que vem essa
urbanização, muitas vezes desenfreada, anômala, como chamam os técnicos, sem
nenhum planejamento, leva à destruição desses espaços que a população construiu
até de forma bastante simples, bastante informal. Então essa é uma discussão
que nós temos que fazer na nossa Comissão.
Portanto
temos um ano de importantes debates para fazer no seio da nossa Comissão e, não
faremos apenas debates porque a nossa Comissão não vai ser uma Comissão apenas
de elaborações teóricas, embora esse seja um elemento importante da nossa
Comissão, mas será, também, um espaço para garantir a intermediação das
reivindicações populares que certamente chegarão até a nossa Comissão e eu acho
que nós, Vereadores, temos que incentivar isso, colocando a nossa Comissão da
forma mais aberta possível para receber as demandas populares, aqui, na Câmara
de Vereadores. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Nós informamos que esta é a última
reunião da Comissão Representativa, por isso, agradecemos a presença dos
Vereadores que foram titulares ou suplentes e que assumiram durante os meses de
janeiro e fevereiro. Esta Câmara, como sempre, deu demonstração da sua
responsabilidade, tendo seu Plenário funcionando, bem como os demais setores
legislativos, apesar de haver muitos funcionários em férias, com direito a
férias, mas a Câmara não deixou um dia sequer de funcionar. Naturalmente isso
identifica o status que a Câmara
Municipal de Porto Alegre conseguiu em nível regional e nacional.
O
Ver. João Dib está com a palavra, em Comunicações.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em
primeiro lugar quero cumprimentar os técnicos da Secretaria Municipal de
Transportes, porque estão conseguindo - espero que continuem aprimorando -,
fazer com que o sistema de sinalização funcione mais ou menos de forma
sincronizada. É comum em algumas ruas da nossa Cidade manter-se uma velocidade
constante, completar o percurso sem que haja sinal fechado. É uma boa
iniciativa, claro que me leva à tristeza ver que, no passado, quando se dizia
que havia autoritarismo, esta Casa não aprovou um contrato do Executivo para
que se fizesse um Projeto completo para a Cidade de Porto Alegre, que custaria,
à época, três milhões e duzentos mil cruzeiros e, aprovado o projeto, Porto
Alegre receberia cem milhões de cruzeiros a fundo perdido para sinalizar a
Cidade. Imaginem o que poderia ter sido feito se, naquele tempo, em mil
novecentos e setenta e sete, nós tivéssemos recebido cem milhões, com os
técnicos da Secretaria Municipal de Transportes, com um projeto completo,
podendo operar a Cidade acompanhando através da televisão, do computador, o
trânsito da Cidade? Lamentavelmente não se conseguiu, mas os técnicos, hoje,
estão procurando e dando o melhor de si para dar uma solução gaúcha mesmo.
Também
a Secretaria Municipal dos Transportes vive o momento de fazer as faixas de
segurança na frente das escolas. Vou lembrar o que disse há poucos dias: é
importante pensar na utilização de blocos de concreto, pretos e brancos, que
podem ser removidos quando necessário, e que têm uma vida útil dezena de vezes
maior do que as faixas que hoje são pintadas. As faixas seriam colocadas em
local definido, com um prazo de quinze, vinte anos, ou mais, sem que precisem
ser repintadas.
Por
outro lado, tenho que aplaudir também o DEP que hoje inicia uma campanha de
conscientização da população para que não jogue lixo nas margens do Arroio
Dilúvio, dizendo até que “arroio não é valão”, ou algo assim. Uma campanha de
conscientização é importante, e eu espero que a população atenda aos anseios
dos responsáveis pelo DEP. Mas eu também gostaria de dizer ao DEP que o arroio
precisa ser dragado. Na quadra defronte ao Hospital Ernesto Dorneles pode-se
ver, dentro do arroio, uma bananeira e um chorão. A bananeira é uma árvore que
não vai criar problemas maiores, mas as raízes do chorão se estendem e
poderemos ter problemas sérios. Na altura da PUC existem várias árvores dentro
do riacho. Então, não adianta deixar o talude muito bonito mas com árvores e
detritos dentro, porque, de repente, pode acontecer o que uma vez eu disse que
aconteceria, e aconteceu, na Silva Só: pode o riacho transbordar outra vez ,
com prejuízos grandes para a população do entorno.
Portanto,
cumprimento pela iniciativa da campanha, ao mesmo tempo em que quero dizer que
é preciso dragar com intensidade o Arroio Dilúvio. Não podemos deixar como
está. Existem ilhas inteiras de vegetação e terra que dificultam o escoamento
das águas. O DEP tem nota dez pela sua campanha, mas não posso dar a mesma nota
pela recuperação do Arroio Dilúvio.
Quero
também cumprimentar o Sr. Secretário da Fazenda Odir Tonollier, que comunicou à
imprensa que neste ano, no mês de janeiro, a arrecadação do IPTU foi 5% maior
do que a do ano passado. O Dr. Arno Augustin, como secretário, no ano passado
disse que a arrecadação foi de 49 milhões. Imagino que agora seja de 51, 52
milhões de reais no mês de janeiro. Mas é claro que ele merece também os meus
cumprimentos, porque até o dia 28 de cada mês tem vindo o balancete da
administração com arrecadação e despesas. E eu espero fazer uma análise melhor
dessa declaração que aí está efetivada nos jornais e nas rádios da Cidade, e
fazer uma análise consciente do balancete do mês de janeiro, que ainda não
chegou, mas tenho certeza de que chegará até o último dia deste mês, porque
desde que assumiu a Secretaria da Fazenda, em nenhum mês o Secretário deixou
ultrapassar o dia 28.
Eu
espero que assim que chegar aqui nós possamos fazer uma análise e aplaudir o
trabalho da Secretaria da Fazenda, porque a nossa missão é dizer que está certo
quando está certo e até aplaudir; quando está errado, dizer que está errado e
como seria o certo. Evidentemente, quando eu digo como seria o certo, não
significa que eu esteja certo. Eu posso estar equivocado, mas eu não direi
apenas que está errado, sem tentar dar uma sugestão de como se faz o certo. E
eu não quero voltar aqui na tribuna, como aconteceu no ano passado, quando eu
fiz uma pergunta que deixou o Secretário da Fazenda e a Bancada do PT
preocupados, e que nunca foi respondida - e eu não vou fazê-la novamente. Só
que pergunta se responde, e eles não responderam. Disseram-me que eu fui
desmentido, mas pergunta não se desmente, se responde. E foi o que eu disse ao
Secretário da Fazenda, Arno Augustin, por quem eu tenho muito apreço. E eu
tenho apreço por todos aqueles que trabalham bem. Eu espero que os que estão na
administração da Prefeitura continuem dando o melhor de si, para que nós
tenhamos soluções e não problemas. Saúde e Paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Eliseu Sabino está com a palavra.
Desiste. O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra. Ausente. O Ver. Adeli
Sell está com a palavra, em Comunicações.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero
aproveitar este espaço para tratar de uma parcela importante da população de
Porto Alegre que deve ser aqui representada por nós.
Nós
temos 38.500 habitantes que moram na zona rural de Porto Alegre. E neste
momento que estamos retomando à discussão sobre o Plano Diretor, temos que dar,
sim, uma atenção especial aos moradores, principalmente, da área rural que se
localiza na zona sul de Porto Alegre. Eu repito, são 38.500 pessoas que ali
moram e fundamentalmente ali produzem. Poucas pessoas da capital sabem,
exatamente, o que se produz na área rural de Porto Alegre. O Ver. Eliseu Sabino
sabe muito bem, o Ver. Décio Schauren acompanha, porque mora na região e
participa efetivamente, que uma das produções importantes da nossa Capital é a
plantação de flores.
Jornais,
há alguns dias, publicaram que produzíamos apenas 5% do que se consome aqui. A
maioria da produção vem de São Paulo, alguma coisa, Ver. José Valdir, vem da
sua terra natal, do Vale do Caí, Pareci Novo, e de outros municípios do
entorno.
Nós
temos áreas adequadas, porque esse tipo de produção pode ser feita em pequenas
propriedades como temos na zona sul de Porto Alegre. O que nos falta para que
tenhamos uma efetiva produção de folhagens e de flores em Porto Alegre para
atender o nosso mercado consumidor? Por que estamos comprando e importando
tantas flores de São Paulo e, inclusive, de países do continente americano,
como a Colômbia?
Nós
precisamos dar um aporte na área da ciência e tecnologia e no aprimoramento
técnico desses produtores, porque, hoje esse é um setor altamente qualificado e
competitivo. Nós não temos, Ver. João Dib, essa capacidade de competição porque
nos falta exatamente esse aporte técnico para os nossos produtores.
É
uma produção que pode ser altamente rentável. Por estarmos na Cidade de Porto
Alegre, portanto com poucos gastos de deslocamento, esta flor poderá ser
colocada no mercado de forma altamente competitiva com aquela que se importa.
Por isso, nós apelamos à Secretaria Municipal de Indústria e Comércio que é
responsável pela produção agrícola do nosso Município. Neste ano estamos nos
comprometendo com 38.500 pessoas que têm pouca representação pública e social.
E, nós, aqui, Vereadores, devemos representar essa parcela, muitas vezes,
esquecida, queremos levantar essa questão junto à EMATER, à FPA - Fundação de
Pesquisa Agropecuária - e à Secretaria de Agricultura do Estado do Rio Grande
do Sul.
Nós
queremos, junto com a Universidade, com a sua Faculdade de Agronomia, com as
nossas Escolas Técnicas Agrícolas ter um curso específico na Escola Técnica
Agrícola de Cachoeirinha. Queremos esse movimento, essa parceria para que
tenhamos aqui em Porto Alegre cursos permanentes de aprimoramento para
produzirmos flores, folhagens e, portanto, disputarmos esse mercado aqui da
capital.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu aplaudo o pronunciamento de V. Exa. Nós precisamos utilizar
intensamente o Centro Agrícola Demonstrativo criado na administração do Sr.
Telmo Thompson Flores, que está um pouco esquecido, me parece. A Secretaria
Municipal de Indústria e Comércio tem a oportunidade de fazer um levantamento
das necessidades e o que V. Exa. coloca sobre flores é importante, nós podemos
ter uma Cidade com mais gente trabalhando e produzindo mais, não tendo que
importar de São Paulo ou de outro Estado essas flores que aqui chegam para nós.
O SR. ADELI SELL: Obrigado. Nós queremos, inclusive,
verificar junto à Secretaria Municipal de Educação, talvez seja esse um tema
que possa ser levado para a sua Comissão, Ver. José Valdir, de retomarmos os
projetos de hortas comunitárias e, quem sabe, hortas e jardins comunitários. A
questão das folhagens, da grama e das flores propriamente ditas podem também
ser produzidas nos espaços dos nossos colégios, inclusive nos nossos bairros,
na periferia, como uma alternativa de produção, e um aporte financeiro para
pequeníssimos produtores, porque há um grande mercado consumidor aqui na
capital dos gaúchos. Portanto, nós temos todas as condições de alavancar esse
tipo de produção a partir do que nós temos. O Centro Agrícola Demonstrativo da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre dispõe de 33 ha de terra. A par disso, nós
somos sabedores da possibilidade de a área utilizada pela antiga Escola Técnica
Agrícola de Porto alegre, que existiu até 74, no Morro Santana, atrás da
Faculdade de Agronomia e que hoje pertence à FEBEM, ser desativada, podendo
também ser ocupada por essa produção. Ou seja, nós temos espaços físicos, nós
temos pessoas que ali moram e trabalham. Nós devemos é ter um engajamento,
fazer com que haja um trabalho conjunto entre a Secretaria Municipal de
Educação, a partir das hortas e jardins comunitários, para que o nosso jovem
comece a se interessar e ver essa perspectiva de produção. Devemos, ainda,
fazer um trabalho efetivo junto às comunidades da Zona Sul para que possamos
alavancar esse tipo de produção.
Nós
lastimamos que, muitas vezes, os nossos órgãos de imprensa são capazes de fazer
uma bela matéria sobre a truta de São José dos Ausentes - não que isso não seja
importante -, mas esqueçam que aqui na Capital nós temos diversificada
produção, que nós temos a possibilidade de aumentar essa produção e não apenas
em Porto Alegre, pois havendo esse desenvolvimento na Zona Sul, nós
adentraremos no Município de Viamão por Itapuã, onde nós temos um belo parque
florestal. Poderemos, dessa maneira, contribuir, enormemente, para termos aqui
a produção de flores e folhagens de que necessitamos.
Concluo
dizendo que me empenharei e tenho a certeza de que outros Vereadores não se
esquecerão dessa parcela importante da população de Porto Alegre, que, por não
estar próxima do centro nevrálgico de decisão política institucional da nossa
Cidade, do Estado, precisam ter em nós, Vereadores, os seus representantes. Nós
não podemos deixar que esse setor seja excluído da economia da nossa Cidade;
pelo contrário, nós devemos integrá-lo da forma como são capazes de produzir
bem, muito bem para Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol,
em Comunicações.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nesta
derradeira reunião que compõe a nossa Comissão Representativa, ao apagar das
luzes, entendo de fazer dois breves comentários, que julgo oportunos no
momento. Na próxima quarta-feira estaremos reunidos na nossa plenitude, isto é,
a Casa na sua totalidade reiniciará suas atividades e se debruçará sobre o
cotidiano de Porto Alegre, a multiplicidade de assuntos que nos dizem respeito,
sobremaneira alguns que estão na nossa Pauta, nas nossas prioridades desde o
ano que terminou, eis que assuntos como a revisão e instituição de novo Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental da Cidade está sendo reclamado
pela população.
Quero,
Sr. Presidente, informar a Casa e, informando a Casa, informar a sociedade
gaúcha que estando transitoriamente ocupando a Presidência da Comissão
constituída nesta Casa, Comissão mais do que especial, uma comissão decorrente
de uma resolução específica que a instituiu, já estou diligenciando junto às
Lideranças para a recomposição plena da Comissão e para que no primeiro dia de
atividade, isto é, no dia 18 do corrente mês, já possamos estar nos reunindo e
definindo algumas situações internas da Comissão, condição elementar para que
ela prossiga o seu trabalho e cumpra as suas finalidades com a objetividade
necessária e, sobretudo, com a qualificação de um trabalho que se impõe pela
necessidade de oferecermos a Porto Alegre o melhor que pudermos oferecer em
termos de diretrizes urbanas, em termos de diretrizes de desenvolvimento, em
termos de organização da Cidade.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Cumprimento-o pela sua preocupação em colocar, o mais breve
possível, a Comissão que trata do Plano Diretor, na sua plenitude. Eu ficaria
imensamente feliz se, no final do mês de abril, nós pudéssemos dar à Cidade o
Plano Diretor que ela tanto deseja. Eu tenho certeza de que nós faremos um
esforço concentrado para tornar isso possível.
O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço o aparte de V. Exa. e sem
querer fixar datas, mas sim o ritmo de trabalho, eu percebo nos contatos que
tive durante o recesso com a totalidade das Lideranças da Casa, de que esse
ânimo de dar celeridade aos trabalhos da Comissão é comum a todos. Certamente
que não haveremos de confundir a celeridade com qualquer forma de
atropelamento, que possa vir a nos dar motivos futuros de arrependimento de não
termos agido com a cautela recomendada, especialmente quando se trata de
matéria dessa natureza.
Faço
este registro, Sr. Presidente, inteiramente dedicado à Casa e à Cidade, eis que
para V. Exa., que até há bem pouco tempo, com tanto brilho, conduziu os
trabalhos da Comissão, é absolutamente desnecessário, porque todos os atos que
estamos a presidir no momento, nada mais são do que decorrência ainda do
trabalho que o Ver. Nereu D’Ávila realizou como presidente da Comissão que,
interrompido pelo recesso parlamentar, agora é retomado sob o nosso comando,
eis que sou Vice-Presidente, até que uma definição ocorra com relação à
organização interna desta Comissão.
Feito
esse registro, Sr. Presidente, e eu disse que tinha dois assuntos a manifestar
nesta ocasião, retorno a um assunto que ainda ontem enfoquei, no que diz
respeito a necessidade, Ver. João Dib, de que estejamos todos nós, desde a
abertura dos trabalhos legislativos, plenamente conscientizados das
dificuldades que o Município seguramente enfrentará para sua execução
orçamentária. Eis que, e nós tranqüilamente alertamos a Casa no ano passado,
quando da votação do orçamento, da sua discussão prévia, o Município de Porto Alegre
nos seus investimentos, está fortemente dependente de recursos externos.
Recursos que não compõem as suas rendas ordinárias e que decorrem de
financiamentos, alguns dos quais ainda em negociação e cuja realização se
apresenta obstaculizada por situações novas que surgiram nessa primeira etapa
do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, que entendeu de discutir ou de
rediscutir a dívida pública do Estado e com isso trombou com o Governo Federal
e viu interrompido o fluxo normal de financiamento, como é público, como é
notório e de conhecimento de todos nesta Casa.
Então,
Sr. Presidente, eu quero insistir nesta tecla, quero sublinhar essa
circunstância de que é necessário que estejamos muito alertas e até solidários,
por que não, com o Executivo Municipal, porque o risco de interromper o plano
de investimento da Cidade é imenso. A própria III Perimetral há tanto tempo
anunciada e que agora nós almejávamos vê-la iniciada com anuncio já feito de
que as primeiras obras ocorreriam no complexo Salvador França e Tarso Dutra,
parece-me que mais uma vez será sobrestada. É uma má notícia para a cidade de
Porto Alegre, e V. Exa. diz que não, Ver. João Dib, mas o próprio Vice-Prefeito
Fortunati admitia esse fato, porque, a rigor, todo o esforço, todo o trabalho
da III Perimetral é dependente de recurso externo; porque se de um lado cerca
de 75% da obra é financiada por organismo internacional, a chamada
contrapartida municipal tem recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social, que interrompeu as liberações de recursos, já no final do
exercício anterior. Então, a situação é realmente delicada, e nós devemos ter o
devido cuidado e nos antecipar ao
mesmo, quem sabe até acionando a Comissão de Finanças e Orçamento da Casa, sob
a presidência do Ver. João Motta, que, dentro da sua competência direta de
acompanhamento da execução orçamentária, deve posicionar a Casa na plenitude da
extensão dos riscos que estou, repetidamente, trazendo a esta tribuna, eis que
é motivo de grande preocupação que tenho nesta ocasião.
Vejam
bem que neste verão nós tivemos problemas de trânsito, de abastecimento de
água, tivemos até, nas poucas ocasiões em que houve chuva forte, transtorno nas
chamadas áreas de risco, áreas de inundação, mas tudo isso, que é objeto das
minhas preocupações, não é tão forte quanto esse risco maior que estou
vislumbrando, que estou assinalando, até como se fossem o catão dos tempos
modernos, porque vejo esse risco e, dentro em breve, nós teremos, sob
justificativa até plausível, anunciada a impossibilidade de execução de
inúmeras das obras que foram previstas no orçamento do Município, aprovadas por
esta Casa, por proposta do Executivo, aqui definidas no exercício de 1998, e
que agora, em 1999, deveriam ser executadas.
Era
isso, Sr. Presidente, na convicção de que esse alerta é positivo e de que na
próxima quarta-feira, sob seu competente comando, já estaremos aqui, debruçados
sobre os problemas da Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, fui surpreendido nesta
manhã com um comentário no Jornal do Comércio, página 03, do jornalista
Fernando Albrecht, afirmando que este Vereador está solidário com a Vera.
Anamaria Negroni. Deixo público e registrado que não tive nenhum contato com esse
jornalista e que a minha posição, que acredito ser a dos demais Vereadores, é a
de aguardar o processo que apurará os fatos, com direito ao contraditório, para
poder tomar uma posição. Então, o jornalista não pode referir a mim um
posicionamento que não tenho, até porque não costumo prejulgar ninguém.
Inclusive, pediria que a Mesa estivesse atenta a esse tipo de comentário e, se
continuar, que tomasse as devidas providências, porque não é possível atribuir
a minha pessoa um posicionamento que não tenho e, como qualquer Vereador
sensato, aguardarei o processo, com o direito ao contraditório, com a
constituição de provas, enfim, para me posicionar, porque, do contrário, seria
uma atitude irresponsável o prejulgamento. Acredito que os demais Vereadores
têm uma posição igual a minha, e não esta que o jornalista Fernando Albrecht
comentou na página 03 do Jornal do Comércio, hoje.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, pergunto-lhe se em algum
momento V. Exa. fez algum comentário em alguma rádio sobre esse assunto?
O SR. JOSÉ VALDIR: Nunca fui procurado por nenhuma rádio e
se tivesse sido procurado diria que estou aguardando o processo, a constituição
de provas, inclusive o direito de defesa da Vereadora para, depois,
posicionar-me. Acho que prejulgar seria uma atitude irresponsável.
O SR. PRESIDENTE: Como se trata de algo nominal, o Ver.
José Valdir foi citado na coluna, sugeriria a V. Exa. que solicitasse as notas
taquigráficas dessa sua Questão de Ordem e as enviasse ao jornalista. A sua
explicação neste momento é absolutamente pertinente e, portanto, o jornalista,
com as notas taquigráficas, tomaria conhecimento de que V. Exa. usou da sua
tribuna, numa Questão de Ordem, para colocar a verdade.
O SR. JOSÉ VALDIR: Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos da presente
Reunião.
(Encerra-se
a Reunião às 11h13min.)
* * * * *